Evite mentir sobre seu inglês, também não exija tanto dele.

Mentir sobre qualquer informação do currículo é uma oportunidade para se queimar profissionalmente no mercado, e caso minta sobre seu inglês ao super estimá-lo no campo “Idiomas” – Você vai precisar de muito pós-sol para se recuperar dessa queimadura.

Pois é facílimo de avaliar em uma entrevista, para testar a escrita: papel e caneta, para entendimento e conversação: é só começar a bater um papo.

Meu inglês é básico, mas arranho bem na entrevista se a vaga pedir avançado.”

Quem arranha alguma coisa são gatos e DJs, o que você está fazendo é passar vergonha e desperdiçar o tempo de recrutadores.

Por outro lado, saiba avaliar o seu nível de inglês corretamente para não exigir demais de si mesmo. Os dois extremos serão abordados nesse texto, afinal, a meu ver, ambos são prejudiciais de formas diferentes.

Nada de mentir sobre sua fluência em inglês nem para mais e nem para menos.

Embora mentir superestimando a si mesmo seja mais prejudicial no mercado de trabalho, também não ajuda se você subestimar sua capacidade. Pode ser que seu inglês já seja Avançado, mas você insista em considera-lo como Básico ou Intermediário no currículo para evitar grandes expectativas.

Concordo e apoio sua honestidade, todavia você pode estar deixando de se candidatar a vagas perfeitas para você!

Mas você não acabou de dizer para não tentar arranhar no inglês porque é ”queimação”?

Sim, mas entenda que recrutadores experientes, com vagas que exijam inglês ou qualquer outro idioma, têm sensibilidade na hora da entrevista para saber quando o candidato não soube avaliar a própria capacidade ou tentou mesmo mentir para garantir a vaga.

Portanto, para evitar esse problema…

Solicite ajuda para avaliar o seu nível de fluência.

Se pesquisar avaliação de inglês na internet encontrará uma enxurrada de sites com testes online.

Eles podem ajudar a avaliar sua leitura e interpretação, alguns mais complexos terão áudios e vídeos para testar seu “ouvido”, é interessante para um resultado inicial, com a vantagem de poder fazer em casa de pijama.

Contudo, ressalto que será superficial.

Até pode bastar para provar seu inglês Básico, mas se quer ficar seguro em poder informar no currículo como Intermediário ou Avançado, sugiro que alguém com experiência em lecionar o idioma lhe avalie.

Vulgo, professor 🙂

Christina Morillo em Pexels.com

Cuja experiência acadêmica e prática poderão te avaliar corretamente. Só tome cuidado para que a avaliação seja honesta e não uma armadilha para te vender aulas desnecessárias.

”Ah, mas eu já morei 2 anos fora, é claro que sou fluente!”

Se nesse tempo que morou e trabalhou fora, esteve cercada(o) de brasileiros e não se deu o trabalho de tentar se aventurar para aprender o idioma, é melhor não confiar tanto nesse tempo morado na gringa.

Não se exija tanto no inglês, para não mentir a si mesmo.

Não importa se você acha seu inglês bom ou ruim, pode até ser ruim, mas não tenha vergonha de falar. Se um gringo(a):

  • Ligar, atenda o telefone;
  • Estiver na recepção, ofereça uma água e avise que o chefe já está vindo;
  • Pedir direções na cidade, ajude! Use o celular se for o caso.

Não pensa muito, só vai!

Com certeza é menos perigoso que isso
Lennart Wittstock em Pexels.com

Essas são as melhores oportunidades para praticar, para aprender novas palavras, gírias e detalhes que um curso não consegue abordar por completo.

É no susto mesmo, na prática do dia-a-dia, se virando com as palavras que sabe e até com mímica, não importa.

Pensa comigo, depois de passar anos:

  • Encarando trânsito para frequentar aulas;
  • Morando em outro país, longe de amigos e família;
  • Cantando músicas chatas e vergonhosas;
  • Aguentando aquela felicidade forçada dos professores; e
  • Gastando milhões com mensalidade e apostilas;

Como você poderia não querer usar o que aprendeu? Vai com medo mesmo!

”Mas meus amigos e colegas vão ficar me julgando :(”

Sim, vão! É o que fazemos, julgamos tudo e todos! É um dos motivos que faz com que o Big Brother seja um sucesso até hoje.

Mas, enquanto eles julgam, será você a pessoa que tomou a atitude de resolver e ajudar, e cresceu com a situação, não eles. E este é mais um motivo para que você não minta sobre seu nível de fluência no idioma: se não mentir, ninguém vai se decepcionar.

E lembre-se também de praticar, qualquer ofício enferruja se não utilizarmos com certa frequência! Já contei neste texto meus 6 hábitos para manter o inglês bonito, fica a sugestão.

***

Trouxe à tona o inglês, mas o texto serve para qualquer idioma. Na profissão de Comércio Exterior foram diversas as vezes que entrevistei ou me relacionei com pessoas que disseram ser fluentes, mas acabaram ocasionando momentos constrangedores.

Seja porque não avaliaram a capacidade do idioma, por colocarem ”avançado” apenas para conseguir a entrevista (sabendo que seria em inglês), ou por acharem que trabalhar dez anos nos states era garantia de fluência.

Sugestão de conteúdo complementar.

No segundo episódio do podcast Radar Comex, abordamos o assunto currículo e entrevista de emprego, nele, eu e mais 3 recrutadoras tratamos também sobre o idioma e o que recomendamos para que informe de forma que não ocorra surpresas (boas ou ruins).

Deixarei aqui os links para ouvir no Spotify ou Deezer.

E você, leitora(o)

Alguma dica para avaliar e praticar o inglês e outros idiomas? Como fez para aprender no início? Alguma sugestão de aplicativos ou sites para estudar idiomas? Sua experiência ajudará nos comentários.

H1N1, Coronavírus e o impacto no comércio exterior.

A organização Mundial da Saúde declarou no dia 11 de Março de 2020 o estado de pandemia do Coronavírus, entretanto, sentimos desde janeiro o impacto dessa doença no comércio exterior.

Essa classificação é usada quando uma doença não se restringe apenas a uma região específica e sim todo o globo. No Brasil, foi confirmado o primeiro caso dia 26 de Fevereiro, já são 234 em 16 de Março e infelizmente a primeira morte no dia 17.

Fonte: Ministério da Agricultura

Como buscamos minimizar os prejuízos no comércio exterior, analisaremos a última situação pandêmica superada em 2009 perante o H1N1, a fim de fazermos um comparativo do possível impacto do Coronavírus no comércio exterior brasileiro e quais previsões ou conclusões podemos chegar.

Fatos e números importantes sobre o H1N1 e Coronavírus.

Acreditamos que o comparativo é válido também por ambos os vírus terem transmissão quase idêntica, isso é:

  1. Transmissão direta: Por pessoas pelo contato da saliva por meio da fala, espirro ou tosse; e
  2. Transmissão indireta: Quando realizamos contato a um objeto contaminado e posteriormente tocamos os olhos, boca ou nariz.

Objetos como: Smartphone, teclado, mouse, corrimão, maçaneta, copo, óculos, bolsa, carteira, chaves… Pois é, tome cuidado!

H1N1

Apelidada de Gripe Suína, a proliferação começou no México matando mais de 100 pessoas em março de 2009, foi declarada como pandemia do dia 11 de Junho do mesmo ano até 10 de Agosto de 2010, infectando entre 11% a 21% da população mundial.

A OMS relatou 18.138 mortes confirmadas em laboratório, entretanto, estima-se que seja superior a 575.000, resultando numa taxa de mortalidade de +-0,02%

Quantidade de mortes por Influenza H1N1, no primeiro ano de circulação da doença – thelancet.com

Note que o mapa acima não considera a proporção da população, afinal, é mais fácil para os países mais populosos superar os 1500 casos.

Mortalidade respiratória e cardiovascular, para cada 100.000 habitantes, associado ao Influenza H1N1, no primeiro ano de circulação da doença – thelancet.com

Este demonstra quais foram os países mais afetados. Não é legal tratar de mortes como estatística, mas vemos que o continente Africano foi proporcionalmente o mais afetado, contabilizando mais 65.600 mortes.

Coronavírus

Descoberto no final de 2019, o Coronavírus pertence a família de vírus que causam infecções respiratórias. O vírus começou a se espalhar na província de Wuhan, China ao passo que já são mais de 200.000 casos confirmados.

Rastreador do COVID-19

Como é previsto para a situação se estender até 2021, não é prudente afirmarmos agora a taxa de mortalidade.

H1N1 e Coronavírus no comércio exterior brasileiro.

Conforme verificamos números, datas e que não foi a primeira vez que consumimos álcool em gel desesperadamente, podemos analisar o impacto no comércio exterior brasileiro.

Apresentaremos nos dois casos, o volume de importações e exportações do ano anterior a declaração da pandemia, relembrando as datas:

  • H1N1 = Junho de 2009.
  • Coronavírus = Março de 2020.
Comexstat

Ao vermos o período do primeiro caso até o fim da pandemia, notamos que não foi capaz de afetar expressivamente o comércio exterior brasileiro, nem mesmo a carne suína foi prejudicada nesse período.

Aliás, a queda vista em 2008, está relacionada a bolha imobiliária dos Estados Unidos.

Comexstat

Todavia, já estamos caindo nas exportações, a balança comercial da segunda semana de março informa queda de -5,6%, comparado com o mesmo período de 2019.

***

Concluímos que o H1N1 não teve relevante impacto no comércio exterior, entretanto, o que mais impressionou ao verificar os dois gráficos, foi o curto tempo do 1º caso de Coronavírus, até ser declarado Pandemia.

Embora seja cedo para compararmos os efeitos do Coronavírus na balança comercial, sentimos no trabalho e por colegas como está cada vez mais difícil conseguir embarques, agravando-se por fechamento de fronteiras e cancelamento de voos.

Decerto que nossos custos Brasil subirão ainda mais, tanto que é necessário tratar do assunto novamente após o fim do estado de pandemia.

Agora devemos zelar pela saúde, reduzir o contato humano, especialmente colegas de trabalho e locais aglomerados, também redobrar a atenção com a higiene.

E você, leitora(o)?

Conte-nos como tem sentido na prática nas importações e exportações, que cuidados sua empresa tomou nesse período, vamos contribuir no assunto com previsões e experiências nos comentários.


Este artigo foi escrito para os amigos da Cronos Logistics e publicado originalmente em seu blog.

Quando começar um Setor de Importação dentro da empresa?

Já conversamos sobre quais experiências buscar num profissional de importação e vimos como é difícil dar o primeiro passo, tamanha são as dúvidas de quando começar o Setor dentro da empresa que não tem o Comércio Exterior como principal atividade.

Como saber a hora certa? Há volume de trabalho para justificar? Será viável? E como fica a relação com meu despachante aduaneiro ou trading company?

O assunto gera muitas perguntas e o conhecimento abaixo ajudará a responder.

Sintomas de que está na hora de começar o seu Setor de Importação.

Antes de analisarmos financeiramente, é importante refletir se algum desses sintomas estão lhe ocorrendo, pois se estiverem, eles também são capazes de prejudicar seu bolso.

Dar mais atenção para a importação do que o negócio da sua empresa.

Normal, porque sabemos que Comércio Exterior é tenso.

Um dos motivos é porque quando a operação começa, queremos estar a par de tudo para evitar qualquer erro que possam elevar os custos.

A não ser que o dólar caia forte durante a operação, mas ninguém está contando com isso no momento…

Vamos nos adaptando igual o Seu Darwin aconselha.

Associado a essa preocupação com a dificuldade que seres humanos têm de delegar funções, você acabará se afastando da função que sua empresa exige de você para que ela própria funcione.

Justo aquilo que reconhecem que você manda bem, que é o diferencial do seu trabalho/produto/serviço/atendimento… portanto, se deixar isso de lado, será só mais um na concorrência.

Não tem tempo para negociar e buscar redução de custos.

Como você está preocupado demais com a operação e usando apenas o que sobra do tempo para cuidar de seu negócio, provável que esteja também abdicando de encontrar meios de reduzir o custo nas próximas operações.

E não é devido ao perigoso comodismo, mas porque não sobra tempo para receber outras empresas do Comércio Exterior, tampouco negociar ou estudar com as que trabalha.

Está terceirizando toda a operação sem analisar a qualidade do trabalho.

Somado ao desespero da falta de tempo com a subestimação do trabalho dos envolvidos na importação, acabará por terceirizar todos os detalhes:

  • – Qual a NCM? – Fala com meu contador.
  • – Já cotou o frete internacional? – sem tempo, cota para mim?
  • – Quem vai transportar o contêiner até seu armazém? – Sei lá, escolhe um bom caminhoneiro aí.
Longe de mim acusar, mas acho que tem algo desproporcional aí.

Essa terceirização da terceirização é a adição de mais ouvidos no telefone sem fio de sua operação que, além de dificultar a comunicação e resultar gerar custos maiores, dificilmente se dedicará com o mesmo afinco que teria se fosse contratado pelo importador.

 Seguindo o exemplo do transporte de contêiner acima:

Quem você acha que a transportadora se preocupa mais em atender bem, o despachante, que não é o dono da carga, ou o importador?

Quando, portanto, é viável começar o Setor de Importação na empresa?

NY Times – Nem muito cedo, nem tarde demais

Os sintomas são uma análise válida, mas além disso, é preciso ainda justificar a contratação provando a necessidade com números para seu superior, sócios ou para seu fluxo de caixa.

O Setor de Importação vai inicialmente encarecer suas despesas fixas, mas se trata de um investimento e o tempo de retorno dele dependerá principalmente de:

(1) Volume de processos.

Não podemos generalizar se um volume é grande ou não apenas pela quantidade, por exemplo: uma importação marítima, de carga perigosa que precisa de anuência pré-embarque, demanda mais trabalho que 20 embarques aéreos, de produtos não perigosos e que não requerem anuência.

Por isso que 20 processos/mês pode ser pouco ou muito para seu primeiro profissional do Setor de Importação assumir.

É preciso encontrar o equilíbrio nas médias de processos, a baixa quantidade resulta num Setor de produção ociosa, mas cuidado para que não estejam frequentemente sobrecarregados para que, além de evitar adentrarem na sociedade do cansaço, este Setor consiga:

(2) Redução de custos nas importações.

Naturalmente que tirando toda ou a maioria das funções de importação dos seus ombros, você e seu novo Setor conseguirão reduzir custos por estarem trabalhando naquilo que têm experiência.

Mas é importante que, conforme o Setor se integre e entenda sua operação e produtos, tenha tempo para realizar outras funções além do operacional de importação, como:

  • Analisar os custos previstos e cobrados;
  • Negociar com vendedores e envolvidos na importação;
  • Fazer reuniões para alinhar o atendimento;
  • Procurar soluções para problemas recorrentes; e
  • Pesquisar legislação pertinente.

Pois são com estas atividades que se torna possível reduzir os custos fixos da importação, economizando por processo, por exemplo, R$100 no despacho aduaneiro, R$150 no frete internacional e R$200 com uma área alfandegada mais barata, vai refletir severamente no seu volume de processos.

Não se preocupe, seu profissional vai encontrar onde economizar, contanto que você contrate alguém com experiência, senão, o retorno será mais lento e ele aprenderá errando nos seus processos.

Mas, para o Setor começar a funcionar, prepare-se para antes se sobrecarregar um pouco mais.

Conseguindo todos os “Ok” para o Setor de Importação brotar no seu bailão, a transferência de funções dos seus ombros para o novo responsável demandará tempo e precisará ocorrer em doses homeopáticas.

Não bufa! Não adianta jogar todas as obrigações e mandar se virarem.

Primeiro, como com todo contratado, é preciso se acostumar com as particularidades da empresa com o Comércio Exterior, com os procedimentos internos, entender de quem é a responsabilidade de cada setor e pessoa, decorar o nome de todo mundo…

Segundo, para assumir as importações é necessário que conheça os prestadores de serviços, os exportadores, conhecer as peculiaridades logísticas e aduaneiras dos produtos e, claro:

Você deve estar disponível para responder todas as dúvidas que surgirem.

Então, paciência, dê suporte ao novo Setor de Importação, para ele não começar encarecendo as operações em razão de falha na comunicação.

E você, leitora(o)?

O que mais entende que deve ser considerado para iniciar um Setor de Importação? Participou dessa decisão ou implantação? Compartilhe sua experiência nos comentários para enriquecer o assunto.

Este artigo foi escrito com os amigos da LogComex e publicado originalmente em blog.logcomex.com


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Quais experiências buscar num profissional para o setor de importação?

Sua empresa não tem o Comércio Exterior como atividade principal, mas o volume de importações cresceu a ponto de precisar de um setor de importação internamente, portanto, é preciso buscar o profissional com as experiências mais interessantes.

Digo interessantes, e não melhores, pois elas vão variar conforme os objetivos e trabalhos que serão absorvidos pelo setor e o próprio segmento da empresa.

As experiências recomendadas abaixo lhe ajudarão a definir o profissional de importação que sua empresa precisa, para que encontre a pessoa adequada e o setor comece agregando resultados positivos.

Experiência PRÁTICA com importação e despacho aduaneiro

Mesmo que o setor comece com apenas uma pessoa, o responsável por ele precisa de experiência prática no campo de batalha.

Quando seu importador convence o piloto de entregar a carga no seu armazém

E você não vai encontrar isso num profissional que tenha graduação e pós-graduação, mas nunca trabalhou e nunca fez uma importação acontecer.

O profissional com experiência precisa dominar, ou pelo menos ter relevante experiência em, atribuições como:

  • Passo-a-passo dos procedimentos para o despacho aduaneiro ocorrer com sucesso;
  • Análise de documentos, o que é preciso ou dispensado constar;
  • Funcionamento de sistemas como Siscomex, Portal Único, Mantra, Mercante;
  • Cotação de frete internacional;
  • Processo de vistoria de mercadoria em canal vermelho ou com órgãos anuentes; e
  • Negociação de valores com despachantes aduaneiros, portos, transportadoras.

Como disse, são exemplos, mas a pessoa que você busca precisa saber trabalhar com todos os envolvidos numa importação e saber como a operação funciona.

E, sim, ela tem que ter bons anos neste trabalho, porque a verdadeira experiência é aquela que quando você perguntar na entrevista:

“Me conte momentos marcantes que você passou nesse trabalho, pode ser de sucesso ou fracasso”. A pessoa não mostre apenas dados, mas histórias de quem viveu e manja do assunto.

Experiência com o(s) produto(s) a importar

Se alguém te dizer que qualquer Despachante Aduaneiro ou Agente de Carga serve para importar qualquer produto:

Essa pessoa não entende de comércio exterior, ignore o que ela diz sobre o assunto.

Produtos como alimentos, cosméticos e brinquedos têm o processo de Despacho Aduaneiro mais moroso, pois precisam da autorização de órgãos anuentes em todas as operações.

Diferente de maquinários e eletrônicos que costumam ter menos órgãos envolvidos, porém você pode precisar que seu profissional entenda de regimes aduaneiros como Admissão Temporária, Ex-Tarifário e Drawback.

Produtos do tipo perigoso (IMO), como carga química ou com pesos e dimensões que dificultem a logística de movimentação e transporte, exigirão experiência com logística nacional e internacional.

Também é essencial o conhecimento técnico dos produtos para traduzi-los e classifica-los fiscalmente, pois esse trabalho deve ser realizado em conjunto com o Despachante Aduaneiro.

Experiência em Compras

Extra.Globo

É uma extensão da experiência com o produto, pois não pode se limitar a conhecê-los apenas no que diz respeito à operação da importação: cada mercado tem suas particularidades para negociar e desenvolver fornecedores, conforme demanda, se o produto é básico ou manufaturado, de onde é comprado e como é o procedimento de compra.

Há manufaturados que a negociação leva meses e produtos básicos podem ser comprados via plataforma digital, mas seus preços mudam o tempo todo.

Mesmo que comprar os produtos não esteja no rol de tarefas do profissional buscado, a experiência dele ajudará seu setor de Compras a reduzir os custos considerando mais fatores além da qualidade e do preço dos fornecedores.

Pois, vale ressaltar, é um erro decidir de quem comprar comparando apenas estes dois aspectos, os custos da importação precisam ser adicionados na decisão.

Como os Incoterms, sabemos como importar com frete incluso (Prepaid) pode ser traiçoeiro ao considerar o país do fornecedor, sua localidade vai influenciar no custo do frete internacional e pode ser que, mesmo sendo mais caro, o Brasil tenha um acordo comercial que compense e reduza um ou mais impostos da importação.

Experiência com Inglês

Revista Veja, Joel Santana – Eu admiro a coragem e naturalidade dele para falar inglês.

Se quer um profissional para cuidar do setor de importação para que você possa se dedicar aos negócios de sua empresa, a experiência para se comunicar em Inglês será primordial.

Problemas no Comércio Exterior é o que não falta e jamais veremos de tudo, portanto, é preciso Inglês de qualidade para enviar e-mail sucintos e ser capaz de pegar o telefone quando precisar cobrar ou discutir algo fora da rotina.

Considere essa experiência como o 1º filtro para selecionar candidatos e não deixe de testar o Inglês com uma conversa durante a entrevista.

Sei por experiência própria como é difícil encontrar quem domine o Inglês e por isso digo para considerar esta habilidade antes das demais, pois é mais fácil desenvolver as outras qualidades do que aprender o Idioma.

Mas tenha bom senso, não adianta contratar alguém com Inglês fluente e zero experiência prática.

Negligenciando este quesito levará você (ou quem quer que fale Inglês dentro da sua empresa) a ter que se acostumar a ser interrompido para intervir nas importações quando ela sair da normalidade.

Comércio exterior é tranquilo, isso quase nunca acontece. #sarcasmo

Onde encontro esse profissional de importação?

Provável que ele esteja mais perto do que imagina.

Talvez esse profissional já te atenda no setor de importação da Trading Company ou do Despachante Aduaneiro que cuida das suas importações.

Essa pessoa deve ter a maioria das experiências que mencionei e já sabe como é trabalhar contigo: Sabe como é seu humor, a hora de te ligar, como te manter informado, como resolver conflitos…

Aqueles detalhes que só o convívio ensina, mas que são tão importantes para o bom clima do trabalho 🙂

E você, leitora(o)?

O que achou do assunto? Experiência prática e Inglês são as mais importantes? Quais outras experiências consideraram ao contratar um profissional para seu setor de importação? Como você decide depois das entrevistas? Vamos continuar conversando nos comentários.

Este artigo foi escrito com os amigos da LogComex e publicado originalmente em blog.logcomex.com

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